____ Deixei de comentar o fato antecedente ao da Bienal, pois de alguma forma me senti descrente ao que estava acontecendo, por um momento não sabia mais os porquês daquilo tudo, se era marginal, vândalo ou arte. Mas como sempre lá pelas 21hs da noite, ontem 27 de outubro recebo uma ligação contando que a Bienal havia sido invadida por aproximadamente 40 pessoas com o intuito e ação de pixar o segundo andar do prédio da Bienal. Este, vazio como parte da proposta curatorial, segundo Gisele Kato, jornalista da Revista Bravo “uma forma de protesto contra um modelo de evento criado em 1951 e sem tanto sentido nos dias de hoje.”¹
____ Não tive como permanecer sobre o muro, acho que algo muito significativo está acontecendo e se não houver inteligência perderemos a oportunidade de dar uma mexida na arte contemporânea, saindo da própria mesmice que ela se afogou.
____ Já analisando as palavras da jornalista vejo que o protesto foi feito, o andar estava “esperando” uma manifestação, no dia anterior a abertura um grupo de intervenção urbana colou nesse mesmo andar, stickers (adesivos) como forma de intervenção ao espaço institucional, pós esse ato na própria abertura a ação dos pixadores.
____ Não quero discutir a arte, nem seu valor, mas tudo isso me leva a pensar nas questões institucionais, obviamente o artista precisa do retorno financeiro, do reconhecimento do seu trabalho, mas acho que esse burburinho é contra a prostituição do artista, que faz um trabalho “sem qualidade” pelo dinheiro, além disso, questiono o papel de uma Bienal na contemporaneidade. Será que esse tipo de organização ainda funciona?
____ Penso que não, não basta um curador deixar propositalmente um “cubo branco” como protesto. A arte foi além desse espaço e a impressão que tenho é que as pessoas não estão querendo aceitar isso, muito se vê dessa arte urbana tomando proporções avassaladoras, mas na maioria das vezes para um mercado alternativo ou segue pela moda do consumismo.
____ A arte se tornou uma linguagem banalizada, tudo é posto como arte e se agrega um valor inexistente a algo, discutir esses espaços (Faculdade Belas Artes de SP, Galeria Choque Cultural e agora a Bienal) de certa forma me aponta um questionamento pertinente a essas patifarias que são expostas em algumas galerias, essa crise artística é além da crise mercado- instituição. Dentro de uma discussão contemporânea a pixação afeta um sentido de arte que está sendo produzido.
____ Não tive como permanecer sobre o muro, acho que algo muito significativo está acontecendo e se não houver inteligência perderemos a oportunidade de dar uma mexida na arte contemporânea, saindo da própria mesmice que ela se afogou.
____ Já analisando as palavras da jornalista vejo que o protesto foi feito, o andar estava “esperando” uma manifestação, no dia anterior a abertura um grupo de intervenção urbana colou nesse mesmo andar, stickers (adesivos) como forma de intervenção ao espaço institucional, pós esse ato na própria abertura a ação dos pixadores.
____ Não quero discutir a arte, nem seu valor, mas tudo isso me leva a pensar nas questões institucionais, obviamente o artista precisa do retorno financeiro, do reconhecimento do seu trabalho, mas acho que esse burburinho é contra a prostituição do artista, que faz um trabalho “sem qualidade” pelo dinheiro, além disso, questiono o papel de uma Bienal na contemporaneidade. Será que esse tipo de organização ainda funciona?
____ Penso que não, não basta um curador deixar propositalmente um “cubo branco” como protesto. A arte foi além desse espaço e a impressão que tenho é que as pessoas não estão querendo aceitar isso, muito se vê dessa arte urbana tomando proporções avassaladoras, mas na maioria das vezes para um mercado alternativo ou segue pela moda do consumismo.
____ A arte se tornou uma linguagem banalizada, tudo é posto como arte e se agrega um valor inexistente a algo, discutir esses espaços (Faculdade Belas Artes de SP, Galeria Choque Cultural e agora a Bienal) de certa forma me aponta um questionamento pertinente a essas patifarias que são expostas em algumas galerias, essa crise artística é além da crise mercado- instituição. Dentro de uma discussão contemporânea a pixação afeta um sentido de arte que está sendo produzido.
____ Ninguém (artistas, críticos, público) está preparado para falar sobre essa manifestação, ela é uma ação que mexe com os valores e questões ideológicas embutidas socialmente e hoje retrogradas.
____ Acredito que muitos dos que manifestaram nem possuem uma consciência da arte, mas de alguma forma acreditam em algo, seja um ato social, de manifestações periféricas, seja um ato artístico, com caráter questionador.
____ Não defendo o Rafael Augustaitiz, Pixobomb, mesmo porque não sabemos efetivamente se foi ele, ou se estava envolvido na segunda e terceira manifestação, mas acho que vale o pensamento que isso nos remete. A arte fala por si só, não preciso saber seu sentido literal, ou o porquê determinado artista fez aquilo, a arte é sensação uma bolha de emoções que se instala no nosso ser, posso dizer que marginal ou não, acredito que essa manifestação entrou na linguagem artística, não pelo dito vandalismo, mas pela ação, assemelha-se aos happings da década de 60 e 70.
____ Alias podemos pensar até que discutir grafite e pixação hoje é algo velho, porque essas manifestações já ocorreram nos anos 80, quando invadiam e pixavam os locais de revolta.
____ Enfim, chamá-los de pobres, bandidos, falar mal não adianta nada, seria bom do ser humano pensar que ele não está sozinho nessa tão grande sociedade, que o que é bom para ele pode não ser para o outro e vice-versa. Antes de colocar seu pensamento sobre as coisas que ocorrem no mundo seria de boa educação (coisa que o País peca muito em não oferecer descentemente para a população) pensar e acrescentar ideais sólidos e plausíveis.
____ A minha cultura é diferente da sua, a cidade que eu vejo não é a mesma que você vê, cada um se apropria a sua maneira da cidade, logo não posso julgá-los por atos que com outra visão poderia eu estar fazendo o mesmo.
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____ Acredito que muitos dos que manifestaram nem possuem uma consciência da arte, mas de alguma forma acreditam em algo, seja um ato social, de manifestações periféricas, seja um ato artístico, com caráter questionador.
____ Não defendo o Rafael Augustaitiz, Pixobomb, mesmo porque não sabemos efetivamente se foi ele, ou se estava envolvido na segunda e terceira manifestação, mas acho que vale o pensamento que isso nos remete. A arte fala por si só, não preciso saber seu sentido literal, ou o porquê determinado artista fez aquilo, a arte é sensação uma bolha de emoções que se instala no nosso ser, posso dizer que marginal ou não, acredito que essa manifestação entrou na linguagem artística, não pelo dito vandalismo, mas pela ação, assemelha-se aos happings da década de 60 e 70.
____ Alias podemos pensar até que discutir grafite e pixação hoje é algo velho, porque essas manifestações já ocorreram nos anos 80, quando invadiam e pixavam os locais de revolta.
____ Enfim, chamá-los de pobres, bandidos, falar mal não adianta nada, seria bom do ser humano pensar que ele não está sozinho nessa tão grande sociedade, que o que é bom para ele pode não ser para o outro e vice-versa. Antes de colocar seu pensamento sobre as coisas que ocorrem no mundo seria de boa educação (coisa que o País peca muito em não oferecer descentemente para a população) pensar e acrescentar ideais sólidos e plausíveis.
____ A minha cultura é diferente da sua, a cidade que eu vejo não é a mesma que você vê, cada um se apropria a sua maneira da cidade, logo não posso julgá-los por atos que com outra visão poderia eu estar fazendo o mesmo.
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¹ Revista Bravo, edição de outubro de 2008.
* para proteção dos meus informantes não revelarei a fonte que me comunicou o fato. [rs]
5 comentários:
algo foi feito, independente de vandalismo ou não, uma fenda de luz se abriu.
http://galosurreal.zip.net
é... cada um é cada um... educação... esse país é extremamente carente disso...
sinceramente FE,
nem sei o q falar mais sobre isso
kkkkkkk
Deixa rolar !
To confuso...........rsrsrs
Salve a arte urbana
bjos
Interessante o texto escrito, mas quero deixar uma palinha para os proxmos e para os de cima e para mim mesmo; o que realmente e arte? Minha resposta e: se definimos arte vamos rotula-la, se nao a definimos nao sabemos oque fazemos com cores, tintas, pecas , madeiras e todos os tipos de ferramentas que compramos , criamos ou encontramos. O que e arte? fica ai a minha "pergunresposta".
Abracos e belo post!
http://www.johabsilva.com
Concordo que a discussão sobre o que é arte e a instituição Bienal está perdendo seu foco... Nem tudo é arte, livros, ensaios, pesquisadores e estudiosos e principalmente os próprios artistas estão aí para atestarem isso. Discuti-la, criticá-la, apreciá-la, compreendê-la ou não é o papel do cidadão comum, ele deve sim expressar o que sente referente ao que viu, expor sua opinião, mas taxá-la é ir além, e corre o risco de tornar ignorância.
Uma coisa é querer protestar contra algo plausível outra é fazer por puro e inconveniente vandalismo.
Ao invés de perder tempo com protestos sem sentido, porque não vão lá na prefeitura pichar a palhaçada que está a educação nessa cidade, porque não vai pichar a casa dos políticos corruptos que roubam nossos impostos....
Tá faltando foco na juventude, tá faltando educação para o povo....
Bju querida..... discussões são sempre bem-vindas hehehehe
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