segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Mais um ato de arte ou vandalismo?

____ Deixei de comentar o fato antecedente ao da Bienal, pois de alguma forma me senti descrente ao que estava acontecendo, por um momento não sabia mais os porquês daquilo tudo, se era marginal, vândalo ou arte. Mas como sempre lá pelas 21hs da noite, ontem 27 de outubro recebo uma ligação contando que a Bienal havia sido invadida por aproximadamente 40 pessoas com o intuito e ação de pixar o segundo andar do prédio da Bienal. Este, vazio como parte da proposta curatorial, segundo Gisele Kato, jornalista da Revista Bravo “uma forma de protesto contra um modelo de evento criado em 1951 e sem tanto sentido nos dias de hoje.”¹
____ Não tive como permanecer sobre o muro, acho que algo muito significativo está acontecendo e se não houver inteligência perderemos a oportunidade de dar uma mexida na arte contemporânea, saindo da própria mesmice que ela se afogou.
____ Já analisando as palavras da jornalista vejo que o protesto foi feito, o andar estava “esperando” uma manifestação, no dia anterior a abertura um grupo de intervenção urbana colou nesse mesmo andar, stickers (adesivos) como forma de intervenção ao espaço institucional, pós esse ato na própria abertura a ação dos pixadores.
____ Não quero discutir a arte, nem seu valor, mas tudo isso me leva a pensar nas questões institucionais, obviamente o artista precisa do retorno financeiro, do reconhecimento do seu trabalho, mas acho que esse burburinho é contra a prostituição do artista, que faz um trabalho “sem qualidade” pelo dinheiro, além disso, questiono o papel de uma Bienal na contemporaneidade. Será que esse tipo de organização ainda funciona?
____ Penso que não, não basta um curador deixar propositalmente um “cubo branco” como protesto. A arte foi além desse espaço e a impressão que tenho é que as pessoas não estão querendo aceitar isso, muito se vê dessa arte urbana tomando proporções avassaladoras, mas na maioria das vezes para um mercado alternativo ou segue pela moda do consumismo.
____ A arte se tornou uma linguagem banalizada, tudo é posto como arte e se agrega um valor inexistente a algo, discutir esses espaços (Faculdade Belas Artes de SP, Galeria Choque Cultural e agora a Bienal) de certa forma me aponta um questionamento pertinente a essas patifarias que são expostas em algumas galerias, essa crise artística é além da crise mercado- instituição. Dentro de uma discussão contemporânea a pixação afeta um sentido de arte que está sendo produzido.
____ Ninguém (artistas, críticos, público) está preparado para falar sobre essa manifestação, ela é uma ação que mexe com os valores e questões ideológicas embutidas socialmente e hoje retrogradas.
____ Acredito que muitos dos que manifestaram nem possuem uma consciência da arte, mas de alguma forma acreditam em algo, seja um ato social, de manifestações periféricas, seja um ato artístico, com caráter questionador.
____ Não defendo o Rafael Augustaitiz, Pixobomb, mesmo porque não sabemos efetivamente se foi ele, ou se estava envolvido na segunda e terceira manifestação, mas acho que vale o pensamento que isso nos remete. A arte fala por si só, não preciso saber seu sentido literal, ou o porquê determinado artista fez aquilo, a arte é sensação uma bolha de emoções que se instala no nosso ser, posso dizer que marginal ou não, acredito que essa manifestação entrou na linguagem artística, não pelo dito vandalismo, mas pela ação, assemelha-se aos happings da década de 60 e 70.
____ Alias podemos pensar até que discutir grafite e pixação hoje é algo velho, porque essas manifestações já ocorreram nos anos 80, quando invadiam e pixavam os locais de revolta.
____ Enfim, chamá-los de pobres, bandidos, falar mal não adianta nada, seria bom do ser humano pensar que ele não está sozinho nessa tão grande sociedade, que o que é bom para ele pode não ser para o outro e vice-versa. Antes de colocar seu pensamento sobre as coisas que ocorrem no mundo seria de boa educação (coisa que o País peca muito em não oferecer descentemente para a população) pensar e acrescentar ideais sólidos e plausíveis.

____ A minha cultura é diferente da sua, a cidade que eu vejo não é a mesma que você vê, cada um se apropria a sua maneira da cidade, logo não posso julgá-los por atos que com outra visão poderia eu estar fazendo o mesmo.




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¹ Revista Bravo, edição de outubro de 2008.

* para proteção dos meus informantes não revelarei a fonte que me comunicou o fato. [rs]

domingo, 26 de outubro de 2008

Voando

" Passarinhando "
Graffiti em São Bernardo
25/10/08
foto: Jessica - elLa



... Se vôo,
alto será

Minhas asas coloridas

paradas nunca vão ficar

vôo para sentir a brisa do mar

vôo para deixar a lembrança escapar

vôo, porque assim posso te encontrar

com asas negras ou furtacor
no azul céu

livre pensar ...

veja também alguns trabalhos no: www.flickr.com/papillon_

domingo, 19 de outubro de 2008

Sábado/domingo 4h15 no horário de verão

Madrugada de sábado, televisão ligada na sala pro Miró (cachorro) assistir, minha mãe dormindo em seu quarto, apartamento escuro e só a luz da tela do computador, aquela camiseta velha já fura que adoro dormir, descalça e calçinha, só faltava àquela boa companhia na minha cama, mas enfim...
Pacience.
Vamos aos relatos que estão me incomodando!
Queria uma taça de vinho ou uma dose de vodca, seria até melhor, mas infelizmente nenhum nem outro no armário ou na geladeira.
Falando em vodca, despedidas são presentes, depois dos litros de lágrimas que escorrerão pelo meu rosto e pela minha alma amanha no aeroporto internacional, a recompensa e o desabafo estão na Absolut que irei herdar em vida! UI...
Ultimamente tenho tomado muita vodca, mas me mantenho sempre adepta do saboroso vinho.
Essa esta sendo uma semana meio paradoxal em São Paulo, Policiais conflitando com policiais, seqüestro passional, minha irmã se mudando, um trabalho de conclusão de curso [dês] encaminhado, o quase abandono (mais uma vez ele foi viajar, buaaaaah) do “namorado”, o pensamento que me consome de morar sozinha e a comparação cretina com a garota do Sex and the City.
Enfim dissecando o texto vamos combinar que já existia certa rixa entre esses batalhões de homens grotescos, isso já estávamos cientes, mas o Morumbi se tornar um centro da barbárie desmedida pior que a encomenda eleitoral, isso não estamos acostumados não. Em greve a sabem-se lá quantos dias P. civil e P. militar se engalfinharam, duro é saber que muita gente nem tinha tomado conhecimento que Policia Civil estava em greve (segundo nosso Governador José Serra os manifestantes não representavam, nem 10% do comando civil), ai questiona-se o porquê da instituição, ela deveria nos assegurar não conflitar como bandidos. Enfim ficou bem feio a fotografia dos fardados, em pleno momento eleitoral o seu voto é muito importante para nós. A adversidade é que ainda somos obrigados a cumprir nosso dever de cidadão (não sei da onde) e votar. VIVAAAA!!!
Outro caso desgraçado foi aquele corno que resolveu dar de bonitão e acabou com a viva da ex. Um cativeiro passional que ocasionou o pior dos desfechos, toda uma população se comoveu e se tocou pela história dessas “crianças”. Resultado: a mídia inteira falando de um vagabundo, duas meninas baleadas (sendo o quadro médico de uma delas preocupante e fatal) e o bonito saiu lindroooooo daquele pequeno apartamento. AFF!! Ah sem esquecer os Direitos Humanos e que os atiradores de elite não se manifestaram porque afinal de contas é um rapaz trabalhador, sem antecedentes, perturbadinho né!! Enfim coitadas de todas essas famílias, solidariedade é o mínimo nesse momento.
Dando procedência aos episódios descobri que não sei escrever, uma das coisas que mais gosto de fazer, a pior das criticas que já recebi, por fim ouvi, não acreditei e mandei a merda, continuo com meus discursos batidos e sem conteúdo, mas dou graças porque eles são meus. EBA!!!
Uma das maiores crises é que percebi que chega um determinado momento na nossa vida que parece que esta passando um furacão. Bons irmãos partindo, atravessando oceano e me deixando aqui, com uma comunicação virtual e esporadicamente a canção da voz que me abandona, só desejo AMOR, felicidade e voltem ou me mandem o endereço certinho para visitá-los (o que seria uma incrível idéia, preferível).
Como saber se o seu relacionamento está dando certo ou não?
Não sei se é um problema única e exclusivamente meu, mas quando me relaciono penso que é eterno enquanto dure, seja ele um mês, semanas ou anos, planejo, sonho e compartilho. Logo não sei como agir. Pela primeira vez na minha vida depois de muitas tentativas frustradas e boçais de pseudo-relacionamentos não sei o que fazer. Não sei se sou sincera ou se faço um “charme”, chega a ser ridículo, não estou me liberando todos os % porque estou com medo de estragar tudo. Shit! O que é isso minha gente? VAMO TA TENTANDO TA LIBERANDO TUDO!?!?! Acho que me sentiria melhor. Acho que preciso sentir a entrega alheia, ver que ele quer estar realmente comigo e não só eu com ele, me sentir segura, ser a mulher da relação e não mais o homem que tem que tomar partido de tudo. Adentre minha vida não tenha medo te farei feliz.

Ai preciso voltar a sessões semanais com a Silvana. Minha psicóloga.


Bom domingo!!!!

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

[aos vinte e poucos anos]

Vinte e quatro não são quinze
Aos quinze, voltava pra casa cedo e não questionava
Tinha amigas meninas saidinhas e caretas
Matine de domingo e uma cervejinha escondida porque achava feio
Já fumava e roubava cigarros

Beijava de vez em quando um.
Às vezes outro, mas nada de namoro

Tava no primeiro ano
Ano que antecederam as mudanças
Ano que se vivencia muitas coisas

Quinze não são trinta
E pros trinta faltam seis

Vinte Quatro até o cinco... Liberdade
Vôo sozinha sem ninguém
De baixo da saia da mãe
E o encosto que se torna o Pai
Ciumento, possessivo... Herói

Meu eterno herói

Voltar pra casa e não ouvir ninguém
Os problemas serem seus
As contas suas
E o dinheiro da balada poupado

Aos quinze não cozinhava, nem passava
só dormia e aproveitava
Agora, aprender tudo pra não falhar sozinha

Sonho do só_zinha
Minha casa, minha cozinha, minha bagunça
E um único convidado para dormir comigo
Que bom que vinte e quatro não são quinze

[sós]

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

[rosa linda...linda flor]

Amora linda
Ana linda rosa há
amarelina tão rica e serena flor à cantar
Rosa linda tão linda flor não haverá de encontrar
Tanto amor, cor e sabor
de mina que se poe à dançar
rodopia voando pelo ar
Menina Ana...se faz sonhar
carinho muito bom de encontrar...

[PARABENS ROSINHA FLOR]

domingo, 5 de outubro de 2008

[mineiro]

Há tempos tentando escrever o que em palavras não consigo explicar
Palavras plantadas no coração, palavras que saem com perdão
Vivo em um tempo perdido, desmedido de emoção
Tempo que não aceito e compreendo com certo penar
Tentando rejeitar e chorando ao chover

¿Como as palavras podem ficar difíceis de encontrar quando o poeta ama sem pensar?
É irracional e desdenhoso
É amante e romântico
Meu coração oscila no desespero, medo
Palpita ao olhar, querendo carinho e amando sem ponderar
Poderia escrever versos, canções de ninar
Poderia eu poeta sem nexo te esperar chegar
Queria entender o que do amor quero viver
E assim viver sem tempo pra esquecer

Conheci-te ontem, te quero hoje
E amanha sabe-se lá no que vai dar
Facilmente as palavras insistem em me bloquear
Mas posso dizer estou esperando-o chegar [voltar]

Venha...
Tempo em tempo entregamo-nos ao que desconhecemos
Mas que é tão conhecido dentro de nós