Nesses últimos dias tive muitos momentos de reflexão. Um novo ciclo se inicia interiormente e ele contribuirá pra o exterior tão desejado.
Dia 1 de setembro fiz 26 anos, e com eles re_fiz todo meu planejamento de vida.
Dia 1 de setembro fiz 26 anos, e com eles re_fiz todo meu planejamento de vida.
Até metade de 2009 só queria me formar, seguir carreira, viajar, produzir muita arte, fazer mestrado e morar fora de São Paulo. Mas com alguns desses objetivos cumpridos veio uma gravidez não planejada, um relacionamento não estável e a incerteza de uma nova vida.
No dia 02 de agosto de 2009 foi plantada a mais linda semente em mim, a vida que sempre desejei desde os tempos de menina. Não precisei de exames a certeza já estava enraizada em mim.
Inicialmente difícil e um tanto inaceitável para meu pai e o pai da minha filha. A sensação de abandono foi levada minha gestação inteira. Senti-me muito só, mas muito forte certa do meu desejo, confiante no amor que eu poderia dar ao pequeno ser que se fortificava em mim.
Com os meses os sentimentos foram se restabelecendo, meu pai já se sentia um pouco mais avô, a família já se unificava pronta para receber a cria minha tão amada.
Mas no meu intimo um abismo em solidão, sentimentos que não sabia explicar, que não queria compartilhar só refletir.
Minha gestação foi ótima, normal, só o peso que foi anormal... Engordei bastante, comi e tomei muito sorvete. Parei de fumar tabaco, um vicio que tinha há 10 anos, parei de beber, não usava nada que nós entorpecesse, que nos tirasse o eixo.
Sempre desejei ser mãe de meninos, não me achava capaz de criar uma fêmea, mas nunca tive duvidas que pelo meu desejo incondicional de meninos Deus me faria gerar uma mulher e assim foi.
Ao longo dos meses dançamos, rimos, choramos, cantamos, recebemos amor de todos os extremos, de todas as pessoas próximas e distantes a nós, os amigos vibravam com o crescimento (estrondoso) da barriga e choravam lagrimas que aqueciam meu coração na felicidade em receber minha Maria.
Fizemos yoga, exercícios de pilates, de hidroginástica, fomos pra balada, pro forró, celebramos a nova vida e fomos felizes. Planejei um parto que não tinha nem idéia de como seria, mas queria ele estivesse num processo “natural” que minha obstetra me auxiliasse, logo vi que seria mais complicado do que o sonho.
Meu plano de saúde deu mil problemas, a principio não teria direito a maternidade, com isso, fui atrás de casas de parto, hospitais do SUS, em ultimo caso com parteira, porém não desejava que fosse domiciliar.
No 6º mês o convenio acertou que eu teria o direito a maternidade sim, o que me deixou aliviada, já estava com cabelos brancos por causa disso. Seria o Hospital Santa Joana o “escolhido”.
Nesse período minha comunicação com o pai da Maria era péssima, não namorávamos quando engravidei, tínhamos um amor livre que nos permitia algo que hoje não acredito mais, mas uma liberdade banalizada e um desrespeito mascarado.
Completando 7 meses fui fazer o pré-natal, meus exames estavam ok e minha medica deu a guia para possível ultimo ultra-som do trimestre. Era dia 2 de março, terça feira eu estava enorme, me lembro de uma das madrinhas da Maria, que mora em Portugal me ver pelo Skype e dizer que eu estava barriguda demais, que ela estava prestes a nascer. E eu dizendo que ainda teríamos 2 meses pela frente...
Foi combinado com minha GO que iríamos firmar no sucesso do meu parto, que ela não me aplicaria ocitocina, anestesia e a episio em último dos últimos casos. Ela me disse que iria me dando as coordenadas para ir pro hospital no momento certo das contrações e evolução do trabalho e que nas próximas consultas, iria indicando os processos naturais para o parto e assim me deixar mais tranqüila até os 9 meses.
Porem como tudo em minha vida as coisas nunca saem como planejado. Eu e meus pais tínhamos acabado de nos mudar (nosso “apertamento” tava pequeno demais para 3 adultos 1 bebe e 2 cachorros) com isso stress, falta de grana, falta do pai da Maria, falta de paciência, falta de moveis em casa, resolvemos na quinta feira dia 4 comprar algumas coisas que faltava pra nova morada da família.
Porem como tudo em minha vida as coisas nunca saem como planejado. Eu e meus pais tínhamos acabado de nos mudar (nosso “apertamento” tava pequeno demais para 3 adultos 1 bebe e 2 cachorros) com isso stress, falta de grana, falta do pai da Maria, falta de paciência, falta de moveis em casa, resolvemos na quinta feira dia 4 comprar algumas coisas que faltava pra nova morada da família.
As 9hs terminei meu café e ao levantar da mesa senti um geladinho entre pernas, e por mais que eu tivesse fazendo xixi como uma doida de 10 em 10 minutos, sabia que não era o caso. Desesperei tava de 31 semanas e muita água saindo de mim. Liguei pra GO que na hora me mandou pro hospital para ver se era liquido do bebe.
Sai de casa do jeito que estava havaianas, uma regata podre e uma saia... total mulambenta! 1hora de transito na Paulista e chegamos ao HSJ, quando sai do carro uma cachoeira. Pensei: FUDEU!
Chorei mais que todas as vezes na minha vida juntas.
Sabia que minha valente guerreira da LUZ estava a vir.
EMERGENCIA
Passei pelo obstetra que confirmou a bolsa rota fez todos os procedimentos pra ver se o bebe tava bem, tudo ok!
Lavamos nós tirando pircings, brincos, ficando peladinha passando pela tricotomia como processo de praxe do hospital. Até ai dane-se a raspagem dos pêlos só pensava queria minha filha bem.
Nesse processo de entrada e encaminhamento pra sala de parto normal - sendo possível queria tentá-lo, sem riscos para a pequena. Tudo me veio a mente naquele momento, por duas semanas senti dores onde tem o osso da vagina (mais ou menos onde eles fazem o corte da cesárea) Minha medica perguntou se era no osso e se era uma dor interna, disse que parecia dor muscular ela falou que veria nesse ultimo ultra-som e que eu o fizesse o mais rápido... Não deu tempo né!!! Conclui que era minha filhotinha se virando e se encaixando pra nascer.
Sai de casa do jeito que estava havaianas, uma regata podre e uma saia... total mulambenta! 1hora de transito na Paulista e chegamos ao HSJ, quando sai do carro uma cachoeira. Pensei: FUDEU!
Chorei mais que todas as vezes na minha vida juntas.
Sabia que minha valente guerreira da LUZ estava a vir.
EMERGENCIA
Passei pelo obstetra que confirmou a bolsa rota fez todos os procedimentos pra ver se o bebe tava bem, tudo ok!
Lavamos nós tirando pircings, brincos, ficando peladinha passando pela tricotomia como processo de praxe do hospital. Até ai dane-se a raspagem dos pêlos só pensava queria minha filha bem.
Nesse processo de entrada e encaminhamento pra sala de parto normal - sendo possível queria tentá-lo, sem riscos para a pequena. Tudo me veio a mente naquele momento, por duas semanas senti dores onde tem o osso da vagina (mais ou menos onde eles fazem o corte da cesárea) Minha medica perguntou se era no osso e se era uma dor interna, disse que parecia dor muscular ela falou que veria nesse ultimo ultra-som e que eu o fizesse o mais rápido... Não deu tempo né!!! Conclui que era minha filhotinha se virando e se encaixando pra nascer.
Na sala de PN minha mãe me acompanhou por todo tempo, me fez massagens, carinhos, cantou, foi minha “doulamaterna”, que tanto amo e tenho orgulho.
Entre 12hs -13h o TP não evoluía eu tinha pouquíssimas contrações, minha medica por telefone solicitou ao H que vissem como estava os batimentos do bebe e me medicassem com ocitocina.
Após sentir os batimentos passei muito mal, vomitei, ela me disse do procedimento e que por eu ter vomitado aumentaria o fluxo de soro por um tempo e que depois voltaria pra ver a evolução do TP, dilatação e aplicar um pouco de ocitocina, por eu ter vomitado e não tomar remédio alopático ela daria uma dose mínima para auxiliar no processo.
Eu tava tão nervosa que ela podia fazer qualquer coisa comigo que eu não ligaria. Depois de 1h mais ou menos ela volta minha contrações estavam fluindo mais, porem não tinha dilatação ela aplicou ocitocina no soro e ficamos aguardando.
Realmente acelerou, as contrações ficaram mais ritmadas e o espaço de tempo reduzido, as horas iam passando as contrações aumentando e nada de dilatação. Tava com medo que meu ideais estivessem indo alem do racional e que assim estivesse colocando nossa vida em risco, as enfermeiras entravam e perguntavam como eu estava o que estava sentindo eu urrava de dor, meditava, respirava e elas falando que eu era alouca do bebe prematuro que queria parto normal, que no meu lugar já teriam entrado no hospital pedindo pela cesárea....hunf...não era meu plano de parto ser assim.
As 18hs o HSJ ligou pra minha medica e disse que o trabalho não evoluía para um PN, então me aplicaram mais ocitocina e um outro antibiótico X, o que me fez passar muuuuito mal, suava, queria tomar banho, mas como minha medica não tinha “prescrito” que eu poderia tomar banho elas quiseram esperar pela sua chegada.
As 19hs ela chegou com sua companheira “mestre” (modo de dizer) em partos normais hospitalares uma descendente de boliviano que me deixou muito tranqüila. Chorei tanto que parecia que tinha visto um anjo que me salvaria.
Ela fez o toque e perguntou a dosagem de hormônio, viu os batimentos. NADA de dilatação, um tico de dedo que não correspondia a nadaaaaa!
Não hesitei, chorei quando a possibilidade da cesárea surgiu, e assim fomos.... De parturiente me tornei paciente. Consciente do meu papel até ali.
O centro cirúrgico foi quase uma festa, enfermeiras querendo arrancar a argola no meu nariz e eu surtando que não queria tomar a rack, a anestesista super fofa ainda fez piada: - Como alguém com uma tatuagem desse tamanho tem medo de uma picadinha¿ (sim tenho uma tatuagem enorme nas costas, mas foi feita por prazer e naquele momento tava com medo né¿!)
Depois do fervo no CC, risadas descontraindo o ambiente, metade do corpo imóvel (pior sensação do mundo) as 20h20 minha menina valente nasceu deu seu primeiro grito de liberdade ao mundo! Nasceu resmungando, seu chorinho me dizia que estava cansada de nadar sozinha, que queria viver no externo.
Toda roxinha, cansada das 10hs de TP, pequenina 1.915kg e 43cm, mas sempre esperta, apgar 9-10, segundo pediatra melhor que muito bebe que nasce a termo, foi tão rápido, nos cheiramos, um reconhecimento breve e logo a levaram, precisava de cuidados mais especiais.
E assim foi fechando camadas e lembrando da doce Valentina que nascia... que floriu previamente, mas enchendo nossos corações, minha doce mãe se tornava vó, tão firme acompanhou tudo, ao meu lado, segurando minha mão e pegando nos braços sua netinha.
Durante 20 dias “morei” naquele hospital, na UTI neonatal, em 20 dias que conheci bebes miudinhos, bebes cheios de carinhos por mães guerreiras, mulheres que são exemplos de força, de coragem, de amor, de perseverança.
Mais dificil que o processo do parto era voltar pra casa todos os dias sem ela nos braços, voltar no dia seguinte para o hospital com mamadeiras de leite, ordenhado em casa para que quando fosse possivel irem introduzindo na alimentação, era pedir pra Deus me dar a dadiva de nutri-la e assim não precisar de leite artificial (que ela tomou muitas vezes). Mas a esperança sempre nos acompanhava, guerreiras trocavamos nossas felicidades e medos e compartilhavamos da felicidade em ver os pequenos que iam deixando a UTI.
Porque ela nasceu prematura? Não tem explicação cientifica. Nasceu!
O pai da Maria Valentina, surgiu e nos visitou no hospital, passou a noite comigo, zelando por nós, percebeu que o nascimento é algo maior. Eu, perdoei, mas não esqueci o que me fortaleceu, sou o que sou hoje pelo que vivi, pelas dificuldades, pelas alegrias, pelo aprendizado, essa força passo para minha miudinha, que foi brava ao superar seu coraçãozinho, e viveu, que chegou a pesar 1.740kg, mas cresceu!
Ela com certeza é o ser mais amado da família, dos avós corujas, dos primos distantes, da biza, da tia, da grande família q se fortaleceu no amor que ela plantou.
Hoje completamos 6 meses de valentia mutua, entre mulheres, onde eu a alimento com a única coisa que produzo e ela me alimenta com o mais incrível dos sentimentos, ultrapassando os significados da palavra amor.
Gostaria de escrever mais e mais e mais, mas as palavras fogem ao pensar nesse cristal em minhas mãos.
Tudo mudou, tudo cresceu, as dificuldades são outras, somos sós, eu e ela, juntas, contamos com a família, da caridade do amor de cada um que nos quer bem e vamos vivendo, sem sabem ainda como será o futuro, mas desejando estar juntas.
Guerreiras da Luz... amor incondicional.
Meus ideais naturebas, ixi...deixo a vida me levar sem neuras, acredito no hoje e no que posso fazer de melhor HOJE. Meu parto foi o melhor, as fraldas de pano são utilizadas, mas não deixo de usar todas as descartáveis que ganhei e me foram muito úteis no pós-operatório (minha mãe não me ajudou a lavar fraldas- isso porque ela é bem Nova Era), vitaminas para bebes, dou, questionando e pesquisando seus benefícios e contra indicações, mas confiando no que é o melhor para o crescimento da minha prema (em sânscrito amor). Não penso no extremo das ações, mas na maleabilidade que posso conduzir nossa valsa.
È difícil modificar nossas crenças, continuo sabendo que o parto natural é o melhor para mãe e bebe que nossa vida é simples e deve ser o mais orgânica possível mesmo numa babilônia como SP, que devemos nos cuidar, nos respeitar e zelar pelos nossos.
Para Espiritismo (doutrina que estudo e acredito) os espíritos que nascem prematuros estão cedendo lugar na colônia para outros mais necessitados, ação essa de quem se tornou grande no mundo da Luz, apenas espíritos bem equilibrados e evoluídos tomam uma atitude assim. Eles tem pressa, seus projetos não podem esperar muito tempo, são dotados de muitos conhecimentos e espiritualmente amadurecidos. São extremamente independentes, inteligentes, receptivos e simpáticos.
Se a mãe tiver sinais de parto iminente, mas necessita de uma cesariana, em termos espirituais é considerado um nascimento normal, porem se o bebe passa por uma cesárea programada também podem se considerar prematuros, não importa se com 1 ou 10 dias de antecipação, ouve uma interferência e nada acontece sem a mão de Deus.
A cesárea foi uma benção que Deus concebeu à medicina para ajudar a salvar as vidas de quem realmente não tem outra escolha. O espírito do bebe será o primeiro a dar força a mãe se fortalecendo também; talvez ambos precisem passar por tal prova de amor e confiança. (“A espiritualidade e os bebes” pelo espírito de Irmã Maria)
Em 6 meses me tornei mulher, mãe e guerreira, agradeço a todos que conosco compartilha desses 13 meses de pura paixão, de magnifica devoção, vibrando como cada fase do crescimento natural da Maria. Que se desenvolve normalmente como qualquer criança, onde o fato de ser prematura não modifica em nada sua capacidade de viver e crescer como um bebe de "40 SEMANAS". Agradeço ao poder do meu corpo em alimenta-la, diante das dificuldades no processo do aleitamento, do bico rachado ao sangue, da dor ao choro, mas do desejo maior sem servir a minha pequena a hora que a fominha bater.
04-09-2010
Relato do Parto vibrando pelos 6 meses de vida da Maria Valentina (LeiteMaterno em LivreDemanda exclusivíssimo com aprox. 7500 kg e 62 cm e muito saudável)
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