A Arte Contemporânea permite o hibridismo entre linguagens visuais possibilitando a transição entre as possíveis interpretações e reflexões sobre as obras de arte. A linguagem audiovisual por utilizar elementos visuais e sonoros, aproximando e muitas vezes confundindo-se com o cinema possibilitam novas discussões sobre os espaços destinados as artes e ao cinema. Nos circuitos dos museus, galerias, mostras de arte contemporânea e centros dedicados à arte mídia, o público encontra o que pode ser considerado uma nova tendência nos modos de exibição de obras audiovisuais. O espaço da exposição vira o espaço da projeção. O cinema instala-se no museu e as imagens projetadas nesse ambiente sugerem modos originais de elaborar e compreender as narrativas propostas nessas circunstâncias.
Com o casamento entre linguagens o artista pode propor distintos pontos de observação da obra, no caso desse trabalho a analise partirá de pontos específicos. A imagem projetada em tamanho de um ser humano em movimentos que com o áudio ganha um valor de dança, o espaço circular destinado a projeção, que sai da convenção de sala quadrada, algumas vezes com bancos para o expectador ver o vídeo, nesta o publico terá a possibilidade de transitar pelo espaço, acompanhando o deslocamento das imagens que estará vendo. A característica desse espaço de projeção não condiz com a sala escura, aproximando-se da linguagem cinematográfica, porém uma sala branca, buscando uma neutralidade dos elementos visuais.
As interligações entre linguagens (corporal, audiovisual, instalação) possibilitaram um diálogo contemporâneo sobre questões do indivíduo como ser único e suas relações tempo e espaço. Como o ser humano se adapta ao ritmo e as imagens que são impostas todos os dias a ele, imagens que não escolhemos ver, são impostas no nosso olhar, fazendo parte de um sistema visual que obriga a decodificar signos e dar significados as imagens que estão sendo capturadas pela mente.
Não destinamos esse espaço para a reprodução de um vídeo registro de uma ação corporal (performance), as relações estabelecidas com esse corpo objeto-visual, é a relação do homem no espaço, como ele se projeta em um mundo de imagens, a busca do reconhecimento do corpo a partir da entorse deste da superfície de apoio, no caso o chão, redimensionando o padrão estético para a parede.
O elemento sonoro carrega uma bagagem tribal, uma raiz embutida em uma sociedade, esse tempo que não pára, a junção música e imagem transforma em uma poesia para o olhar as imagens fora da perspectiva habitual, mantém um ritmo condicionando à reflexão desse corpo que transita pelo espaço de instalação, permitindo um lirismo sobre a simplicidade, um devaneio rápido e um resgate da sensibilidade.
3 comentários:
oi flor, voltei a atualizar meu blog!
beijos saudades
Maravilha de blog,muita luz e sucesso....beijos milllll
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