sábado, 16 de maio de 2009

[roupa nova]

despi
visto algo confortável para meus sonhos
devaneei
voando em céus nunca vistos
nus
onde o sol aquece a pele
mudo
e ai percebo que paixão não é ruim
amando
o lindo samba de amar
abraço
esperando carinho
espero sorrindo nos encontrar
porquê você sou eu
e eu estou toda em você
mergulho em medos
onde me fortaleço
consegui
dei mais um passo ao vento
com ânsia
eu chego lá
tenho ele para me acompanhar

me perdi em mim

me ajuda a encontrar[me]?

domingo, 10 de maio de 2009

Corpo em Transe

A Arte Contemporânea permite o hibridismo entre linguagens visuais possibilitando a transição entre as possíveis interpretações e reflexões sobre as obras de arte. A linguagem audiovisual por utilizar elementos visuais e sonoros, aproximando e muitas vezes confundindo-se com o cinema possibilitam novas discussões sobre os espaços destinados as artes e ao cinema. Nos circuitos dos museus, galerias, mostras de arte contemporânea e centros dedicados à arte mídia, o público encontra o que pode ser considerado uma nova tendência nos modos de exibição de obras audiovisuais. O espaço da exposição vira o espaço da projeção. O cinema instala-se no museu e as imagens projetadas nesse ambiente sugerem modos originais de elaborar e compreender as narrativas propostas nessas circunstâncias.

Com o casamento entre linguagens o artista pode propor distintos pontos de observação da obra, no caso desse trabalho a analise partirá de pontos específicos. A imagem projetada em tamanho de um ser humano em movimentos que com o áudio ganha um valor de dança, o espaço circular destinado a projeção, que sai da convenção de sala quadrada, algumas vezes com bancos para o expectador ver o vídeo, nesta o publico terá a possibilidade de transitar pelo espaço, acompanhando o deslocamento das imagens que estará vendo. A característica desse espaço de projeção não condiz com a sala escura, aproximando-se da linguagem cinematográfica, porém uma sala branca, buscando uma neutralidade dos elementos visuais.

As interligações entre linguagens (corporal, audiovisual, instalação) possibilitaram um diálogo contemporâneo sobre questões do indivíduo como ser único e suas relações tempo e espaço. Como o ser humano se adapta ao ritmo e as imagens que são impostas todos os dias a ele, imagens que não escolhemos ver, são impostas no nosso olhar, fazendo parte de um sistema visual que obriga a decodificar signos e dar significados as imagens que estão sendo capturadas pela mente.

Não destinamos esse espaço para a reprodução de um vídeo registro de uma ação corporal (performance), as relações estabelecidas com esse corpo objeto-visual, é a relação do homem no espaço, como ele se projeta em um mundo de imagens, a busca do reconhecimento do corpo a partir da entorse deste da superfície de apoio, no caso o chão, redimensionando o padrão estético para a parede.

O elemento sonoro carrega uma bagagem tribal, uma raiz embutida em uma sociedade, esse tempo que não pára, a junção música e imagem transforma em uma poesia para o olhar as imagens fora da perspectiva habitual, mantém um ritmo condicionando à reflexão desse corpo que transita pelo espaço de instalação, permitindo um lirismo sobre a simplicidade, um devaneio rápido e um resgate da sensibilidade.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Mulher Flagelada

Quando se acredita que o domínio físico/emocional está sob controle, lamentável ou beneficamente perdemos o rumo, em explosões constantes de sentimentos percebemos que em relação ao amor nada podemos controlar. Sentimentos sem definição, mas que assolam pensamentos de imutável paixão e envolvimento.

Apaixonar-se faz perde o rumo, o senso e direção. Justamente por esses itens articularam minhas ações para a não paixão, sem entregar-me verdadeiramente a alguém, despistando qualquer hipótese de envolvimento, provocando o desdém alheio, com exato egoísmo das minhas possibilidades.

Tanto busquei não me apaixonar para não perder a linearidade que desejava neste momento, que me apaixonei por todos, me entreguei a muitos e com eles envolvi.

Cada qual com sua singularidade, sua poesia e paixão. Todos me completando e eu em mim nada significo. Não poderia exigir algo que nem eu posso dar. Penso em todos querendo um, um par que já é sabido de nossa união.

A cada estrela vista no céu podemos ver o olhar do outro mirando e sentindo o mesmo calor que aquece o coração. Procuro em todos essa essência e nada encontro. Também não poderia, dentro de mim é única.

Procurei não me apaixonar, para não viver novamente a duvida, hoje quero verdade. Entregar-se a uma pessoa que nem sabemos se em algum momento foi apaixonada por nós, se ouve o desejo de compartilhar, de crescer e aprender e assim desvendar os mistérios da paixão.

As pessoas têm medo de amar, sendo assim arrasam a vida do outro que tanto tem para lhe dar. Não sei mais se acredito no amor, acredito sim que exista uma alma gêmea, mas pode levar uma eternidade para se encontrar.

Hoje acredito na paixão da carne, temporal e desmedida, onde corpos sem entrelaçam e se amam em minutos, onde a energia gera um ápice de emoções momentâneas que algumas vezes podem te satisfazer.

Enquanto aguardo o encontro das nossas vidas as almas já se disponibilizam estarem juntas, assim passando o tempo, me permito conhecer e vou me apaixonando, mas não me permitindo amar e por mais difícil que isso esteja sendo me respeito para não me perder nas minhas emoções, que são carregadas de amor, ambigüidade ou ser humano, ainda não defini isso em mim. E nem quero.

Poderia estar rindo, aos beijos e chamegos por ai, a algumas horas descobri que seduzi muitas pessoas para benéfico próprio e que ao sentirem minha falta me procuraram e nem remorso sinto em não atende-los, possivelmente uma carência, uma fraqueza.

Sinto falta do contentamento descontente, que me permite voar sempre mais alto, me possibilitando sonhar sonhos impossíveis. Mas... eu determinei minha vida hoje, assim apaixonada pelas mãos de um, pelo verso do outro, pelo olhar céu que me encantou, pela arte que me fascina, pelo corpo que desejo, pelos abraços de carinho, pelo conjunto que se formam, em mim com um.

Permiti apaixonar-me aos pedaços, flagelada no meu próprio amor.